De Stieg Larsson com amor.

"Os Homens que não amavam mulheres" do original suéco Män som hatar kvinnor - literalmente homens que odiavam mulheres - definitivamente recebeu de Larsson o nome perfeito para em cabeçar sua bela e majestosa capa negra enfeitada com labaredas de fogo escassas e um dragão no centro, figura que não sai da cabeça dos leitores após o término.

Homens que não amavam as mulheres, de primeira vista para certas pessoas, pode soar como um livro de temática gay, como me perguntaram diversas vezes, mas logo a sinopse lhe explica que se trata de Mikael Blonkvist e sua investigação através do misterioso assassinato de Harriet Vanger quase quarenta anos após o acontecimento a mando do empresário Henrik Vanger. Simples não? Por minhas letras não parece nada impressionante mas Larsson consegue tornar cada migalha desta narrativa especialmente excitante.

Lisbeth Salander

O livro se incia apresentando Mikael, co-fundador da revista Millennium, que é acusado de caluniar um poderoso e respeitado empresário e condenado a seis mêses na prisão. Antes disso, ele recebe a tal proposta e decide que, após seu "descanso", aceitará a proposta e seguirá para ilha de Hedestad para sua pesquisa. Ao longo da narrativa composta por robustas 522 páginas, Mikael recebe o auxílio da verdadeira protagonista, Lisabeth Salander, uma hacker de perícia inigualável e forte espirito punk.

Stieg Larsson é detalhista, extremamente detalhista, tal que, as vezes foi confundido com prolixo, o que torna o início do livro realmente irritante para quem nunca leu algo assim(tipo eu). Existem horas que você já está de saco cheio de ler que Mikael tomou banho, fumou um cigarro e foi se embrenhar em um monte de documentos pela enésima vez...

Documentos que não acabam mais, pessoas e suspeitos que não acabam mais, e Mikael vai cada vez mais penetra na sombra que se esconde na família Vanger e, com sua associações nada ortodoxas e a habilidade de Lisbeth, descobre que o misterioso assassinato era apenas uma peça de um enorme e macabro quebra-cabeças.

Logo você se pega com os olhos vermelhos, porém grudados ao precioso papel e as descrições exacerbadas se tornam um atrativo a mais, que lhe permite sentir a obra com nitidez cristalina.

Mikael
 Blonkvist

Gosto de dizer, como aspirante a escritor, que é fácil escrever cenas movimentadas ou empolgantes, mas que e o bom escritor é capaz de tornar os intervalos inevitáveis entre os acontecimentos tão interessantes quanto é um verdadeiro primor e essa é justamente uma das melhores características de Larsson que consegue inserir seu toque especial nos atos mais simples tornando a punk incorrigível e o jornalista com complexo de "melhor aluno da classe" inesquecíveis e únicos.

A trilogia iniciada por ele também teve direito a uma adaptação cinematográfica no pais de origem e, agora uma produção holliwoodiana estrelada pelos atores Daniel Craig e Roney Mara, como Mikael e Lisbeth que já possui seu Teaser Trailer de divulgação. Valendo lembrar que é bom ler os livros antes de para os filmes, que tão muito fiéis e contam com uma Lisbeth Salander impecável na pele de Naomi Repace.

A obra de Larsson é recomendada a todos que gostam de um bom enigma ou qualquer leitor que esteja a procura de uma boa ficção.