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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

[Resenha] Os Miseráveis (2012) - Um verdadeiro épico musical



Em tempos de marketing, blockbusters e palavras mal empregadas, surge um filme que honra o sentido da palavra épico como ela foi introduzida ao mundo. Os Miseráveis é esse filme. Nada de explosões nem efeitos especiais. Apenas a crua atuação, um bom roteiro e uma impecável direção: as únicas coisas que um filme deveria sempre exigir.

Os Miseráveis (Les Miserablés, no original), é a adaptação, não do livro de Victor Hugo, mas do musical baseado no mesmo, mais uma vez para o cinema. Para quem não sabe, existem outras, basta procurar no google. Já há tempo que as consagradas musicas da reprodução tradicional do musical existem. E este filme não as esqueceu. Mas dessa vez tudo foi gravado ao vivo, nada correção para melhorar voz dos personagens ou playback para eles cantarem e/ou fingirem que estão cantando, medida tomada para fortalecer o apelo emocional do filme e dar liberdade de atuação aos interpretes. Quase que todos os diálogos do filme são cantados, então se você não gosta de musicais passe longe, ou você pode ir e se surpreender.

O filme começa de um jeito impactante, acompanha um grupo de escravos atracando um navio, puxando as cordas. Entre eles está Jean Valjean (Hugh Jackman), o principal, personagem da história. Eles cantam "Look Down". Devo dizer que essa é uma das musicas mais incríveis de todo o filme, imagino que também seja do musical. Jean Valjean foi condenado por roubar pão e finalmente consegue  fugir durante a condicional. Ele é acolhido por um bispo que lhe dá a oportunidade de mudar de vida. E assim acontece. Porém, Valjean sempre é sempre perseguido pelo inspetor Javert( Russel Crowe), que não admite falhas na lei, muito menos suas falhas - representa o clássico homem que apenas segue regras. No decorrer da história podemos ver como isso pode ser maléfico. Durante sua trajetória, Jean Valjean vai encontrar outros seres humanos e suas misérias, cada um representando os diferentes estágios de degradação possíveis. Ele conhecerá Fantine, interpretada por Anne Hathaway. E Hathaway nos apresenta a sua versão do clássico que levou Susan Boyle ao estrelato, a musica "I Dreamed a Dream", cantada com uma parcela de sentimento surpreendente, é talvez a performance mais tocante de todo filme traduzindo toda a dor e angustia de uma personagem que chegou ao mais baixo estado de degradação possível. Valjean criará sua filha, Cosette. É justo fazer menção as personagens Eponine( Samantha Barks), filha dos Thénardier( Helena Bonham Carter e Sasha Baron Cohen, casal de estalageiros que cuidava e maltratava Cosette). Samantha Barks tem uma interpretação digna, sobretudo na musica "On my Own", como a de todo o elenco. Graças a Deus, Taylor Swift foi dispensada do papel. Todo o elenco foi bem escolhido, desde o rouco, embora digno, Russel Crowe até a pequena Isabelle Allen, que interpreta a jovem Corsette. O diretor de O Discurso do Rei foi muito feliz em suas escolhas e na forma como as dirigiu.

O enredo é bem encenado, consistente, diferente dos últimos musicais que, infelizmente, foram ao cinema. A fotografia é digna, tem cores fortes, e varia de acordo com o momento. A ambientação é perfeita. De alguma forma todo o filme me remeteu a uma lembrança nostálgica de "Piratas do Caribe e a maldição do Perola negra". Toda a direção de arte é impecável, aliás, com a tecnologia de hoje, isso já se tornou uma obrigação. O filme é cru, não exagera nas cenas de violência, e até mesmo as musicas não são tão estrondosas ou tem tons altíssimos para não desfocar da atmosfera cinematográfica. Algumas coisas que podem ser inexplicáveis para mim, ou por ser um musical, apesar de tudo, ou por que é puro furo de roteiro, como o inspetor Javert ser quase onipresente, demorando segundos para aparecer na tela sempre que sua presença seja requerida, entre outros. O filme pode ser entediante ou complicado se a pessoa não gosta de musicais ou não entende o vocabulário, que as vezes é incomum. Não há seções dubladas, temos que captar todo o significado e todo o sentido das cenas na atuação e na interpretação das canções.

Não há muito mais que falar sobre o filme. Obras como Les Miserablés eram simples: não estamos falando de uma história com muitos rabos, mas uma história comum, perfeitamente possível que foi contada de um jeito magistral. O que conta é o peso filosófico e emocional que cada cena carrega e discorrer sobre elas seria algo desnecessário e raso para uma simples crítica.

Nota 8,5
by Riraymage

Um comentário:

  1. E esse também. Alguns dias depois de ver sua critica eu vi no TNT One One o making off desse filme. Babei 40204231 pelos atores! E ainda bateu aquele sentimento de saudade de um livro lido a muitos anos atras que marcou minha vida ><

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